Velho, eu?

“Ainda somos os mesmos e vivemos, como nossos pais” #sqn…

Boa parte da minha geração resolveu mudar isso. Simples assim. Eu amo meus pais, mas não queremos envelhecer tão cedo quanto eles. Não sei se isso é bom ou ruim, é apenas um fato. Queremos e agimos como se tivéssemos feito a opção de nos manter sempre com 25 como falou Ruth Manus. (http://observador.pt/opiniao/a-geracao-que-queria-ter-25-anos-para-sempre/)

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Gustavo Ziller é um ex-empresário que decidiu largar a vida de stress e viver um grande sonho que é o de escalar montanhas. Ele é o idealizador do programa 7 Cumes (www.gentedemontanha.com)

Mas por que essa história de idade me bateu de um jeito diferente? Bom, tava lanchando com a minha namorada e minhas filhas e as três vieram com o papo de que eu devia comprar um pijama! Fala sério! Um Pijama!? Como assim um Pijama!? Para mim, o pijama representa um dos maiores símbolos que eu teria virado um velho. Para as pessoas que me conhecem já imaginaram como foi a minha reação (pra variar) sem pensar – “Pô filha, pijama é coisa de velho!!!” e a resposta veio da Julia também sem pensar – “Mas pai, você é velho…”  Nos encaramos os dois, com vontade de rir, ela parou e completou rindo “ihhhh… ai desculpa pai… não queria te chamar de velho, mas sabe… você é”. E  gargalhada do outro lado da mesa por parte da Natália fechou a situação, só não sei se ela estava rindo de mim, da irmã ou dos dois. De todo jeito, eu adoro essa sinceridade adolescente.

Sei que estou correndo o risco de ser criticado como preconceituoso (principalmente por pessoas novas que usam pijamas), então quero deixar claro que não tenho nada contra quem tem 40 anos e usa pijama, para falar a verdade, não tenho nada contra ninguém que use pijamas ou que não use pijamas, mas na minha cabeça, pijamas me remetem a situação de acomodação. Eu até usei um tempo, porque ganhei de presente, porque queria agradar a quem me deu, porque Curitiba é frio, mas assim que eu podia voltava a usar shorts e camisetas surradas ou aquele velho e gostoso moletom de 20 anos atras… Mas no fundo, o que importa é que eu não quero ficar velho. Apesar de careca, barba branca, filhas adolescentes eu não quero e não me sinto velho.

Faço parte de um grupo diferente, que resolveu que quer continuar jovem, apesar dos 40 ou 50 anos. Nós nos sentimos jovens e só por isso somos realmente jovens. Surfamos, fazemos cross fit, resolvemos dar a volta ao mundo (e se der ainda levamos os nosso filhos juntos), nos tornamos triatletas, praticamos trail running (com direito a status de ultramaratonistas), mountain bikers, formamos bandas de rock, enchemos as estradas fazendo longas viagens de moto e somos ousados o suficiente para largar profissões estáveis para ser cozinheiros, estudantes, viajantes, empreendedores!

E o que isso tem com a vida corporativa – tudo! Pois desde muito cedo ouvi dizer que quando eu ficasse velho, chegando aos 45 eu estaria concorrendo no mercado de trabalho com uma gurizada super preparada, saindo das melhores escolas, indo para o mercado de trabalho… mas estes mesmos quarentões tem mais energia do que a maioria dos jovens, se apropriam das redes sociais tanto para se divertir como para fazer negócios, tem disposição e criatividade acima da média, lideram equipes juntando a experiência de quem passou por muitas crises e com um coração enorme, são incansáveis, otimistas e felizes. E pasmem, querem trabalhar mais do que nunca.

Então me permito inverter alguns papéis e dizer: Se você tem 20 e poucos anos dever estar bem preparado para disputar uma vaga de emprego com gurizão de 40 e poucos anos, pois essa geração não veio para ficar de pijamas…


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